BREVE HISTÓRICO DE SANTO AMARO
O
município de Santo Amaro foi primitivamente um aldeamento de índios guaianases conhecido
como “Ibirapoéra” e dirigido pelo
padre José de Anchieta. Vindo do povoado
de São Paulo de Piratininga o padre, após observar a grande quantidade de índios catequizados presentes na região, decide que aquele seria um bom lugar para fundar um novo povoado. A
fundação deste data de meados do século XVI, sendo, portanto, um dos mais
antigos povoados não só do estado de São Paulo mas também do Brasil. Em 1560
João Paes e sua mulher Suzana Rodrigues, vindos para São Vicente com Martin
Affonso, primeiro donatário da capitania, construíram uma capela em “Ibirapoéra” e a ela doaram uma imagem de
Santo Amaro. O lugar passou a atrair muitos moradores que junto às autoridades
eclesiásticas conseguiram que o então povoado fosse transformado em paróquia em
14 de janeiro de 1686.
Por
decreto de 10 de julho de 1832 a então paróquia foi elevada à categoria de vila,
sendo este considerado o marco histórico da fundação do município de Santo
Amaro. A instalação efetiva do município aconteceu em 7 de abril de 1833. Em 6
de maio de 1833 a Câmara Municipal realizou sua primeira sessão.
No
ano de 1874 o município de Santo Amaro tinha uma população de 5470 habitantes
sendo 5207 livres e 263 escravos.
O Córrego da Traição (que hoje se encontra canalizado sob a Avenida dos Bandeirantes) era o principal limite entre as cidades de Santo Amaro e São Paulo. Esta ao norte do córrego, aquela ao sul. Bairros como Campo Belo e Jabaquara, assim como boa parte da Saúde e Cursino estavam dentro dos limites da antiga cidade.
Municípios localizados atualmente na Grande São Paulo também fizeram parte da cidade de Santo Amaro. Entre eles Itapecerica da Serra, São Lourenço da Serra e São Bernardo do Campo. Todos eles até o início do século XX
já haviam se tornado municípios autônomos.
Em
1931 o Município de Santo Amaro contava com uma área de 640 km2 e
uma população de aproximadamente 26.000 habitantes dos quais 15.000 viviam na
área urbana.
O
Decreto Estadual 5983 de 22 de fevereiro de 1935 determinou a extinção do
município de Santo Amaro incorporando-o ao município de São Paulo. Diversas são
as razões para a incorporação. Dentre as mais importantes citamos:
- A construção do Aeroporto de Congonhas: A capital até então contava apenas com o aeroporto do Campo de Marte que além de ser frequentemente alagado pelo rio Tietê foi tomado pelos revoltosos paulistas durante a Revolução de 1932. Buscando outras alternativas para o transporte aéreo na cidade, o governo de Getúlio Vargas estava convencido de que a capital deveria contar com o outro aeroporto que havia sido construído no município vizinho;
- O endividamento do município de Santo Amaro: Em 1935 o então município devia ao Tesouro Estadual 500 contos de réis. Este montante acrescido de juros foi perdoado pelo Governo do Estado com a incorporação;
- A represa do Guarapiranga: Inaugurada em 1908 era vital para o abastecimento de água da capital cuja população urbana crescia a ritmo acelerado. Era um balneário que atraía muitos turistas vindos da capital e gerador de impostos sobre atividades exercidas por estabelecimentos como hotéis, restaurantes e marinas que funcionavam às margens da represa.
Foram
realizados plebiscitos junto à população de Santo Amaro nas décadas de 50, 70 e
80 com o intuito de emancipar novamente Santo Amaro. Entretanto a população não
se sensibilizou votando, a sua maioria, nas três ocasiões, pela manutenção de
Santo Amaro como bairro de São Paulo.
Hoje Santo Amaro é uma das
31 subprefeituras do Município de São Paulo e conta com 3 distritos: Santo
Amaro, Campo Belo e Campo Grande. No ano de 2008 a subprefeitura contava com
uma população de 207.421 habitantes sendo que destes, 51.549 residentes no
distrito de Santo Amaro.
Bibliografia
GUERRA, Juvencio; GUERRA, Jurandyr. ALMANACK
COMEMORATIVO DO 1º CENTENÁRIO DO MUNICÍPIO DE SANTO AMARO. São Paulo: Graphico
Rossolillo.
WIKIPÉDIA
(pt.wikipedia.org) – acesso em 24/07/2014
