terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

CIVISMO SANTAMARENSE EM 32



"NÃO SÓ A CAPITAL, MAS O INTERIOR VIVE HORAS DE VERDADEIRO CIVISMO

Episódios interessantes colhidos pela reportagem da Folha da Manhã nas diversas estações por onde andou - O coração do povo santamarense

Em Santo Amaro, à noite embarcou o pequeno destacamento local. Ia alegre. Enquanto preparavam o automóvel, os soldados cantavam. Na hora da partida, um militar espigado, levante-se e fala ao povo apinhado: 

- Vamos por São Paulo! E deixando aqui o nosso coração, levamos o coração do povo de Santo Amaro.

O motor em movimento faz recuar o povo. E na noite tranquila e iluminada ecoa a palavra espontânea e simples do soldado"


Extraído do Jornal Folha da Manhã de 14 de julho de 1932

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

MAJOR AUGUSTO LYSIAS RODRIGUES



Nasceu no Rio de Janeiro (antigo Distrito Federal) em 23 de junho de 1896. Ingressou na carreira militar no Curso Fundamental da Escola Militar do Realengo, em 25 de março de 1916. No dia 17 de dezembro de 1918, foi declarado aspirante-a-oficial da Arma de Artilharia. Matriculou-se na Escola de Aviação Militar em 1º de julho de 1921. Depois de obter o diploma de Observador Militar, conquistou o brevê de Aviador Militar em 1922.

Durante a Revolução Constitucionalista de 1932 comandou o 1º Grupo de Aviação Constitucionalista – “Gaviões de Penacho”. Em 8 de agosto de 1932, pilotando seu avião Potez 25TOE derrubou avião ditatorial do mesmo tipo sobre a cidade paulista de Buri. Esse foi o primeiro avião abatido em combate aéreo na América do Sul.


Avião Potez 25TOE da Aviação Constitucionalista

Gavião de Penacho (Foto D.Meller)

Com o término da Revolução, o major Lysias foi reformado pelo Governo Provisório e exilou-se na Argentina.

Em 1934 foi anistiado e reintegrado à Aviação do Exército.

Publicou vários livros: “Gaviões de Penacho” – 1933; “História da Conquista do Ar” – 1937; “Roteiro do Tocantins” – 1943; “O Rio dos Tocantins” – 1943.

Escreveu mais de duzentos artigos em jornais brasileiros sobre temas diversos. Entre eles, Geografia, História, Sociologia, Geopolítica e Aviação.

Foi um dos fundadores da Força Aérea Brasileira em 1941. Foi transferido para a reserva remunerada em 13 de abril de 1945 no posto de Major-Brigadeiro-do-Ar.

Faleceu aos 60 anos de idade no Rio de Janeiro em 21 de maio de 1957. Seus restos repousam no Mausoléu ao Soldado Constitucionalista do Ibirapuera. 


Referências

RODRIGUES, Lysias Augusto. Gaviões de Penacho: a luta aérea na guerra paulista de 1932 – 2ª Edição – Rio d Janeiro: Instituto Histórico - Cultural da Aeronáutica; Editora Luzes Comunicação, Arte e Cultura, 2000.


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

CORONEL MELLO MATTOS



Cristovão Colombo de Mello Matos, filho de Carlos Esperidião de Mello Mattos e Maria Cristália de Albuquerque de Mello Mattos nasceu em 17 de fevereiro de 1873 no estado de Minas Gerais. Foi admitido no Exército Brasileiro como soldado em 1890. Por bom desempenho suas funções, foi admitido na Escola Militar da Praia Vermelha de onde saiu com o posto de Alferes da Arma de Cavalaria em 01 de março de 1901. Promovido a segundo-tenente em 1907 e a primeiro-tenente no ano seguinte.  A capitão em 1917 e a major em 1920. Em 1923 atinge o posto de tenente-coronel. Serviu, entre outras unidades, no 2º Regimento de Cavalaria, Corpo de Alunos da Escola Militar do Realengo, 9º Regimento de Cavalaria e ainda comandou o 5º Corpo de Trem da 3ª Região Militar.

Na Revolução Constitucionalista de 1932 teve importante participação. Já na reserva do Exército ofereceu seus serviços ao comando revolucionário por intermédio do amigo de longa data General Isidoro Dias Lopes que redigiu a seguinte carta:

“General Klinger – Cordiais Saudações – Apresento-lhe o coronel Cristovão Colombo de Mello Mattos.

Sua fé de ofício para o presente momento é esta: desde que São Paulo, há já mais de um ano, começou a ser humilhado, espezinhado e saqueado pelos asseclas da ditadura, Mello Mattos, com dedicação sem par, ao meu lado e ao lado do maior animador da resistência em defesa de São Paulo – bravo Coronel Theopompo – foi um emérito lutador que não poupou e não poupa sacrifícios em prol da causa que defendemos. Para ele não peço reparação, nem prêmio, porque disso ele não cuida, mas simplesmente uma missão, um posto, um serviço qualquer de utilidade a nossa causa.

Com maior estima, o camarada e amigo general Isidoro”

General Isidoro Dias Lopes - Generalíssimo da Revolução de 32


O General Klinger concedeu-lhe então o comando da Praça de Santos (Setor Litoral) em substituição ao General Brasilio Taborda então nomeado comandante do Setor Sul.

General Bertholdo Klinger - Comandante das operações militares da Revolução de 32


O coronel Mello Mattos comandou a Coluna Mello Mattos composta pelas seguintes unidades: Companhia Isolada do Exército de Santo Amaro, Batalhão Ferragista, Guarnição do Forte de Itaipú e homens do Tiro Naval de Santos.

Entregou para a campanha “Ouro Para a Vitória” seu relógio de ouro Patek Phillippe que foi rifado em 100 bilhetes de 50 mil réis cada, contribuindo assim materialmente para o esforço de guerra paulista.  

Relógio Patek Phillippe semelhante ao doado pelo coronel


Faleceu em 26 de julho de 1955.

O Decreto Estadual 40.329 de 5 de julho de 1962 autorizou a transferência dos restos mortais do coronel Mello Mattos para o Mausoléu do Soldado Constitucionalista do Ibirapuera.


Referências

Jornal Folha da Noite de 17 e 22 de julho de 1932

Arquivo Histórico do Exército


www.patek.com