terça-feira, 21 de junho de 2016

RELAÇÃO DOS VETERANOS AINDA VIVOS DA REVOLUÇÃO DE 32



Passados 84 anos da Revolução Constitucionalista, ainda restam vivos pelo menos 21 veteranos.

É o que consta dos registros da Sociedade Veteranos de 32 - MMDC.

São eles:


Há ainda notícia de uma veterana de Santos com 106 anos de idade.

Alguns podem já haver falecido e isso não ser ainda de conhecimento da Sociedade.

Caso conheça algum veterano não relacionado acima, entre em contato com a Sociedade Veteranos de 32 - MMDC pelo e-mail do presidente: celmario@gmail.com


Fonte:

http://ventura-memriasdoventura.blogspot.com.br/2016/06/relacao-de-veteranos-da-revolucao.html


sexta-feira, 17 de junho de 2016

VISTA SAIA!



Milhares de jovens se alistaram para combater a ditadura Vargas em 32. Rapazes de todas as partes do Estado correram aos postos de alistamento nos dias que se seguiram ao estouro da Revolução em nove de julho. Todos queriam ser o primeiro nome a ser inscrito nos “batalhões patrióticos” que se formavam por toda a parte. Aproximadamente 100 mil jovens do sexo masculino se alistaram, porém nem um quinto disso entrou efetivamente em combate, sobretudo pela escassez de armas e munições no Estado.  Já que para tudo há exceções, alguns jovens paulistas decidiram não se alistar e viraram alvo daqueles que queriam, mas por algum motivo não podiam se alistar para o combate, como as mulheres:

“ALISTAMENTO

A moça, na rua Direita, bem vestidinha, bonita como um presente, se aproxima do rapaz e oferece um envelope fechado:

- Quer ficar com um?

- Pois não senhorita!

- Não! Não tem que pagar nada, é grátis.

E segue, distribuindo mais envelopes idênticos para quantos rapazes encontra, bem vestidinha, bonita como um presente.

O rapaz abrindo o envelope, tirou o papel dobrado cuidadosamente em oito, em que vem impresso: VISTA SAIA!”



Texto de Mário de Andrade publicado no jornal “O Diário Nacional” de 24 de julho de 1932, transcrito na obra “Martírio e Glória de São Paulo” de Aureliano Leite.

Mário de Andrade
Fotos

almanaque.blog.br
kultme.com.br

sexta-feira, 10 de junho de 2016

A COMISSÃO DE ABASTECIMENTO E A CRUZADA FEMININA DE SANTO AMARO

A mulher desempenhou um importantíssimo papel na Revolução Constitucionalista. Nos chamados serviços de retaguarda estima-se que 180 mil mulheres tenham participado, direta ou indiretamente do esforço de guerra paulista. Trabalharam principalmente em serviços como de confecção de fardamentos, arrecadação de donativos, preparação de alimentos, serviços de enfermagem, assistência às famílias dos combatentes, entre outros. 

Em Santo Amaro não foi diferente. As mulheres da sociedade santamarense, logo após a deflagração do conflito, se puseram a ajudar no que podiam a cruzada cívica empreendida pelos paulistas filhos de nosso rincão.

A imprensa da época, quase que totalmente focada nos acontecimentos da Revolução, chegou a noticiar, algumas vezes, o trabalho da Cruzada Feminina de Santo Amaro, órgão criado pelo prefeito municipal, inserido na estrutura da Comissão Central de Abastecimento e Fiscalização do município:

“A fim de angariar trabalhos manuais de costura e material comunitário, com que possam ser auxiliados os soldados das forças revolucionárias constitucionalistas, foi organizada em Santo Amaro uma comissão de senhoras que tem como presidente a senhora Carlota Ferreira Lopes, esposa do prefeito municipal daquela cidade, como secretária a senhora Maria de Lourdes Stevenson, e como tesoureira, a senhora Sophia Barroso.”

Mulheres no serviço de costura em 1932

“Santo Amaro que já deu à Revolução uma Companhia Isolada de Guerra, ora na vanguarda, assim como dois batalhões auxiliares da Força Pública, os batalhões de voluntários têm deveras trabalhado em prol do movimento constitucionalista.

O prefeito municipal, Dr. Ferreira Lopes, nomeou há dias uma Comissão Central de Abastecimento e Fiscalização, à qual ficarão subordinadas: a Cruzada Feminina local, a cujo cargo se acha a feitura de roupas, etc. para os combatentes, bem como a obtenção de recursos; a Comissão de Polícia, incumbida de auxiliar a polícia na organização da Guarda Municipal; a Comissão de Fiscalização e Levantamento de “Stocks”, para almoxarifado de gêneros alimentícios e a Subcomissão do Abastecimento encarregada de angariar donativos de gado, cereais e outros gêneros.

 Prefeito Municipal de Santo Amaro durante a Revolução de 32



Contando com a colaboração do dispensário Santa Cruz, o qual bondosamente pôs ao dispor do prefeito todo o seu bem montado aparelhamento, vai a Comissão Central organizando os serviços de modo que já se tem podido dar a devida assistência às famílias dos combatentes necessitados.

O serviço de assistência está convenientemente organizado, havendo-se incumbido uma senhora das sindicâncias necessárias, mediante as quais a Comissão Central requisita o fornecimento de gêneros de primeira necessidade às famílias dos soldados. No grupo escolar, onde se acha instalado esse almoxarifado, diariamente se efetua a distribuição de gêneros, de acordo com a Cruzada Feminina e com o concurso pessoal da presidente desta, senhora Dr. Ferreira Lopes. A Cruzada Feminina de Santo Amaro continua a trabalhar com a máxima eficiência sob a direção da senhora Carlota Ferreira Lopes, sua presidente.

Antigo Gupo Escolar de Santo Amaro - "Paulo Eiró"


A Associação Comercial, por intermédio do MMDC, enviou à Cruzada grande quantidade de gêneros, que estão armazenados no grupo escolar local o sendo distribuídos às famílias necessitadas dos soldados que partiram em defesa da causa constitucionalista.

A oficina de costura, instalada no mesmo prédio, a cargo da professora Eulina do Amaral Mota, já confeccionou grande número de fardamentos e peças de roupas para crianças.


Oficina de costura durante a Revolução Constitucionalista


Uma comissão de senhoritas da nossa sociedade tem percorrido o comércio daquela cidade e da capital, tendo angariado os seguintes donativos: Manuel Almeida 300$, Condessa de Lara 300$, coronel Luiz Schmidt 50$, anônimo 10$, Dr. Áureo Cerqueira Leite 50$, anônimo 20$, J. Resende 10$, M.C.M.S 10$, anônimo 50$, José Abrantes 50$, A. Hassel 5$, anônimo 5$, Casa da Época 50$, anônimo 50$.

Recebeu também a Cruzada Feminina de Santo Amaro inúmeras mercadorias da vizinha cidade e da capital."

Fonte:

Jornal O Estado de São Paulo de 16 e 18/08/1932


Obs: Imagens meramente ilustrativas

terça-feira, 7 de junho de 2016