quinta-feira, 27 de outubro de 2016

AS PERNEIRAS DOS SOLDADOS DE SANTO AMARO

Réplicas de perneiras usadas na Revolução de 32


“Passamos um dia inteiro junto à Companhia Isolada de Santo Amaro. Tivemos ocasião, assim, de observar o levantado estado de ânimo dos soldados constitucionalistas e observar alguns episódios interessantes.


Primeiro uma esperteza. O oficial intendente perguntou aos soldados se precisavam de perneiras. Quase toda a Companhia se apresentou. E o intendente, que sabia não ser verdade, resolveu tirar a prova real. Para isso lançou mão de um expediente. E aí é que se viu o exemplo de bravura de toda a tropa. Deixando passar algum tempo fez a companhia formar. Um oficial anunciou a necessidade de avançar para localidades vizinhas, notificando os soldados, porém, que só iriam se tivessem perneiras. Operou-se então o milagre. Todos se apresentaram completamente fardados e equipados para seguir. As perneiras apareceram!”

Fardamento original de 32 com perneiras

BIBLIOGRAFIA

“Cruzes Paulistas: Os que Tombaram, em 1932, pela Glória de Servir São Paulo”.São Paulo: Empreza Graphica da “Revista dos Tribunaes”, 1936, p. 386.

Foto 1: Arquivo pessoal
Foto 2: Acervo do Centro de Estudos José Celestino Bouroul - IHGSP

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

VOLUNTÁRIO ANTÔNIO DE CAMPOS COLLAÇO



O livro “Cruzes Paulistas”, editado em 1936, traz pequenas biografias dos 634 mortos paulistas na Revolução Constitucionalista de 1932. Esses são apenas os mortos “oficiais” de São Paulo, já que o número total de baixas paulistas em 1932 deve se aproximar pelo menos ao dobro do número oficialmente divulgado.



Nem todos os mortos de “Cruzes Paulistas” morreram em combate. Alguns vieram a falecer apenas depois da guerra em consequência de ferimentos ou de moléstias contraídas durante a campanha. Foi o caso do voluntário Antônio de Campos Colaço cuja biografia consta na página 80 deste que é um dos mais importantes livros já editados no Brasil:

“Incorporado à Companhia Isolada de Santo Amaro, sob o número 136, Antônio lutou com ela nos diversos combates travados no litoral paulista. Trouxe, porém, das trincheiras, moléstia insidiosa que um ano mais tarde o mataria, em Jaçanã, onde fora hospitalizado em virtude de sua doença. Foi um soldado digno da farda que o cobria, e do ideal pelo qual lutava. Morreu a 31 de agosto de 1934. Está sepultado no Cemitério São Paulo, nesta Capital.


Dados Biográficos: Filho do Sr. Antônio Ribeiro Collaço e de d. Áurea de Campos Collaço, nascera Antônio em Cananéia a 16 de março de 1907. Solteiro, trabalhava no comércio em São Paulo. Deixou os seguintes irmãos: Manoel, João, Laudiciana, Olga, Wanda e Carlos de Campos Collaço.”

Na década de 60, seus restos mortais foram transladados do Cemitério São Paulo para o Monumento Mausoléu ao Soldado Constitucionalista do Ibirapuera, onde repousam até hoje.


BIBLIOGRAFIA

“Cruzes Paulistas: Os que Tombaram, em 1932, pela Glória de Servir São Paulo”.São Paulo: Empreza Graphica da “Revista dos Tribunaes”, 1936.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

GOFFREDO TEIXEIRA DA SILVA TELLES: O PREFEITO DE SÃO PAULO DURANTE A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932




Goffredo Teixeira da Silva Telles nasceu no Rio de Janeiro em 17 de abril de 1888, filho de Carlos Augusto da Silva Telles, que foi professor catedrático da Escola Politécnica de São Paulo, e de Eugênia Leite Teixeira da Silva Telles. Bacharelou-se em 1910 pela Faculdade de Direito de São Paulo (Largo São Francisco). Ainda estudante, fez parte da Comissão Acadêmica que foi oficialmente à França para retribuir a visita de uma delegação de estudantes franceses a nossas escolas. Nessa ocasião, proferiu várias conferências, em Paris, tendo falado no “Amphitheatre Richelieu” da Sorbonne sobre o tema “La literature brésillene.

Foi casado com Carolina Penteado da Silva Telles, filha de Olívia Guedes Penteado. Foi pai do jurista e professor da Faculdade de Direito da USP Goffredo da Silva Telles Júnior.

Quando da eclosão da Revolução de 1930, ocupava o cargo de Vereador Municipal de São Paulo do qual foi afastado por determinação do Governo Provisório.

Foi o 17º prefeito da Cidade de São Paulo, entre 24 de maio e 2 outubro de 1932, nomeado para o cargo pelo então Interventor no Estado de São Paulo, Pedro de Toledo.

Pedro de Toledo

Ocupou ainda, entre outros, os seguintes cargos: presidente do Conselho Administrativo do Estado de São Paulo; assessor técnico da Corte Internacional de Justiça de Haia; presidente da Sociedade Amigos da Cidade (por três mandatos); membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; conselheiro e ex-presidente do Liceu de Artes e Ofícios; conselheiro da Cruzada Pró-Infância; membro e ex-presidente da Academia Paulista de Letras, etc.

Foi também fazendeiro, proprietário, desde 1913, da tradicional Fazenda Santo Antônio, localizada no município de Araras/SP.


Faleceu em São Paulo, no dia 30 de julho de 1980 aos 92 anos.


Referências

Jornal  Folha de São Paulo de 1º de setembro de 1980
http://www.goffredotellesjr.adv.br/

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